28 de nov. de 2011

Something's changed in us.


É mais uma noite fria de setembro e eu não sei o que fazer além de procurar você por todos os cantos, em todos os ângulos. Seno, cosseno, tangente, nada parece me dar uma medida exata sobre o que vem instalando-se aqui dentro de mim, e a única relação que me revelam é a de que o triângulo é composto por eu, por você e pela nossa falta de algum sólido.  
Você já esteve tão apaixonado por alguém que, simplesmente, não conseguia admitir? Todas as músicas de amor faziam sentido, mas você já estava cansado de todas elas, porque você não conseguia dizer sobre quem elas falavam. Você sabia que todas elas estavam relacionadas a uma única pessoa, e por mais que você estivesse certo de tudo o que sentia você não conseguia admitir, porque dói. Dói amar e não ser correspondido. Ou ser correspondido e ainda assim não poder se estar junto. E dói mais ainda não poder se estar junto porque existe outro alguém.
Certo dia eu prometi a mim mesma que não me deixaria ver você sendo mais feliz com alguém que não fosse eu, mas você me conhece, eu faço tudo errado. Errei mesmo. Errei quando deixei você entrar, tomar posse. Errei quando eu me deixei levar. Errei quando eu quis ser mais para você e não pude. Errei porque só quis e nunca fui. Errei, admito. E me arrependo. Arrependo-me porque talvez se meus erros não existissem, nós não estaríamos aqui agora nessa situação complicada, onde eu falo de amor para quem não sabe me amar.
Já faz alguns meses e nesse tempo todo eu me arrependo amargamente de ter conhecido você. Não que eu não tenha gostado de te conhecer, muito pelo contrário, mas as coisas chegaram a uma proporção em que eu desejaria profundamente não ter te conhecido para que nada disso houvesse acontecido.  
É tão difícil para eu lembrar os meses em que estivemos juntos e não poder mais compartilhar os momentos com você, porque, bem, agora você tem uma nova garota. E por mais que continuemos amigos, as coisas nunca vão ser totalmente normais. Sempre vai tocar alguma música na hora errada, sempre vai haver algo que faça-nos lembrar do que passamos juntos, sempre vai haver algo que nos afunde novamente. Por mim não há nenhum problema, já que eu ainda não consegui achar um modo de seguir em frente, mas e pra você, há algum problema? Eu creio que sim, porque você seguiu em frente, e não é justo que eu continue aqui te lembrando do passado e tornando as coisas um pouco piores do que estão. Não é justo que, agora que você encontrou alguém para dividir o seu amor, eu estregue tudo por causa das minhas crises patéticas, por causa dos meus medos bobos... Não é justo que eu não permita que você seja feliz só porque eu não encontrei alguém para ser o meu menino.
E é por isso que muitas vezes eu digo que vou sumir, é por isso que eu desapareço, é por isso que eu desejo que você me esqueça, e que eu esqueça você também, porque as coisas entre nós não estão certas. Não estão nada certas.
Vão existir mais noites frias de setembro, algumas outras noites quentes de novembro, e sempre vai chegar dezembro, e depois ainda haverá abril, e de qualquer modo eu continuarei procurando por você... Mas alguém tem que abrir mão, e eu decidi fazer isso. E agora eu digo, eu estou indo embora. Antes que seja tarde demais e mais uma vez eu me arrependa. 

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